Professores da rede estadual iniciam atividades remotas para início do Ano Letivo com o ‘Aula em Casa’
A poucos dias do início das aulas nas redes públicas do Amazonas, no dia 18 de fevereiro, professores da Secretaria de Estado de Educação e Desporto se preparam para, novamente, ingressar na modalidade de ensino remoto, com o retorno do “Aula em Casa”. O projeto de videoaulas transmitidas pela TV aberta e internet, pioneiro no País, foi um sucesso e acabou distribuído para outros 12 estados. Agora, um ano após o seu lançamento e já familiarizados com o formato, educadores esperam um ano letivo com resultados ainda melhores que os obtidos em 2020.
Para o professor Dilson Gomes, que leciona Geografia para alunos dos ensinos Fundamental e Médio, na Escola Estadual (EE) Ruy Araújo, o foco, no momento, é a repriorização do currículo escolar.
“Neste ano, estou repriorizando o currículo e adaptando minhas avaliações para as novas expectativas de aprendizagem. Nada pode ser muito maçante, com muita informação. Nosso aluno já tem contato, diariamente, com um volume grande de conteúdos de diversas fontes. O mais importante é direcionar seu foco para aquilo que realmente nos importa”, afirmou.
Ele revela, ainda, que tem se preocupado bastante com o atendimento ao estudante. “Estou preparando as mensagens para enviar em forma de podcast, para fazer a minha apresentação aos alunos que ainda não me conhecem e explicar como eu gostaria de trabalhar com eles esse ano. (…) Espero fazer a diferença por meio de estratégias que permitam o engajamento dos estudantes nas minhas atividades. Eles podem esperar uma Geografia dinâmica e atualizada, vamos fazer, juntos, o ano letivo que queremos”, prometeu Dilson.
Professor de Ciências e Matemática no Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, Kiandro de Oliveira transformou os medos e obstáculos de 2020 em uma oportunidade para aprimorar as formas de comunicação com seus alunos do Ensino Fundamental (Anos Finais).
“Os desafios me motivaram a criar um site de auxílio às minhas turmas e, para este ano, com base na ementa do ‘Aula em Casa’, um guia para os estudantes com as respostas referentes a minha disciplina e uma apostila sobre o conteúdo. Fora isso, também me planejei para ajudá-los por videochamada, através do Google Meet, e vou coordenar a atuação de dez residentes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para trabalhar não somente com meus alunos, mas também desenvolvendo projetos para a comunidade escolar na realidade virtual”.
O educador aproveitou as férias para fazer cursos e se apropriar de tecnologias que possam ser úteis aos estudantes, além de criar projetos com foco no acolhimento aos alunos – levando em consideração os efeitos psicológicos da pandemia.
“Como ser humano, sei o quão abalados eles podem voltar e, no primeiro momento, quero oferecê-los um lugar seguro para a construção de conhecimento, sempre respeitando as limitações de cada estudante e atentando aos objetivos da minha disciplina no ano de ensino em que vou ficar”, ponderou Kiandro.
Para este ano letivo, ele espera conseguir colocar em prática todo o aprendizado que teve com o “Aula em Casa”, no ano passado.
“Torço para que consigamos agir de forma mais dinâmica e objetiva, apropriando-nos das ferramentas tecnológicas para que, neste primeiro momento, possamos ser mediadores entre elas [ferramentas tecnológicas], nossos alunos e o objeto de conhecimento, levando educação de qualidade para a melhor formação de nossos estudantes, mesmo em tempos difíceis”, concluiu o professor.
Acessibilidade – O professor de Língua Japonesa na Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Bilíngue Professora Jacimar da Silva Gama, Wendell Martins, está otimista quanto aos problemas de conectividade enfrentados no início de 2020, o que inviabilizava a comunicação e, consequentemente, o aprendizado do aluno.
“Durante o ano letivo passado, nós, professores, bem como os estudantes, conseguimos desenvolver em conjunto de técnicas e métodos para minimizar os impactos provenientes desta situação. Logo, neste ano, tanto os alunos como nós já possuímos as ‘manhas’ de como proceder neste regime remoto”, pontuou o educador.
Após ter se dedicado a buscar informações acerca de plataformas e aplicativos que auxiliem na compreensão dos conteúdos, ele torce para encontrar seus estudantes bem e motivados – de maneira virtual, claro. “Acredito que eles [meus alunos] podem esperar um professor mais aberto à utilização de tecnologias e a fim de tornar a aula mais atrativa e dinâmica”, finalizou Wendell.