Aleitamento materno deve ser mantido mesmo quando a mãe estiver infectada pela covid-19, alerta pediatra
Hospital e Maternidade Unimed Manaus abriga o primeiro posto de coleta de leite humano da rede privada de saúde da capital amazonense. Entre 2020 e 2021 o posto recebeu mais de 112 doadoras
Mesmo em tempos de coronavírus, com a mãe infectada, o aleitamento materno precisa ser mantido. As mães podem e devem amamentar neste período. O alerta é da médica pediatra Regina Sodré. Segundo ela, ainda nos casos em que a mãe tenha sintomas muito intensos como muita tosse e coriza, que dificultem o processo de amamentação, o leite deve ser retirado com bombinha e oferecido ao bebê.
Se os sintomas da mãe forem leves, Regina Sodré afirma que a mãe pode continuar levando o filho ao peito desde que observadas as regras básicas como o uso das máscaras e boa higienização das mãos e das mamas.
Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, Regina Sodré, que é coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Unimed Manaus, primeira unidade hospitalar da rede privada a implantar um posto de coleta de leite humano na capital amazonense, destaca a importância do aleitamento para o desenvolvimento saudável do bebê.
“A amamentação é conhecida por ser o método mais benéfico de alimentação infantil. Os benefícios da amamentação continuam muito além da infância e mesmo na idade adulta, tendo sido associado a diminuição da obesidade e do sobrepeso, diabetes tipo 2 e aumento do quociente de inteligência”, afirma a pediatra.
O posto de coleta do Hospital Maternidade Unimed Manaus foi inaugurado em 2015 e, de lá até aqui, recebeu cerca de 360 mil doações de leite humano. No ano passado, foram quase cem mil doações recebidas. Entre 2020 e 2021 o posto recebeu mais de 112 doadoras.
De acordo com a médica, o Posto de Coleta de Leite Humano da Maternidade Unimed Manaus, possui infraestrutura adequada e humanizada, conforme preconiza as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atender as pacientes durante a internação e, também, após elas receberem alta. “Contamos com uma equipe treinada de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e fonoaudiólogos”, afirma Regina Sodré.
Todo leite coletado no posto da Maternidade Unimed e na coleta domiciliar é encaminhado ao Banco de Leite Humano Fezinha Anzoategui para pasteurização.
Regina Sodré reforça que a amamentação exclusiva é recomendada até os seis primeiros meses de vida e complementada até pelo menos os dois anos de idade. Isso é importante porque o leite materno fornece anticorpos que protegem os bebês contra muitas infecções.
A pediatra lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Unicef recomendam a amamentação na primeira hora de vida e exclusiva até os seis meses de idade. “A amamentação é importante também na recuperação da mãe, porque ajuda a diminuir o sangramento no pós-parto, acelera a perda de peso, reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio, evita a osteoporose e protege contra doenças cardiovasculares, como o infarto.
Vínculo familiar
Regina Sodré destaca também a importância do aleitamento materno no fortalecimento das relações familiares. “Envolver a família apoiando e incentivando o aleitamento materno, estimulando a participar dos cuidados com o recém-nascido, fortalece o vínculo familiar”, afirma.
Amor e Empatia
Ana Paula Almeida, mãe do pequeno Gael, é uma das mais novas doadoras do Posto de Coleta de Leite Humano da Maternidade Unimed Manaus. Além de alimentar o filho, hoje com pouco mais de dois meses, nascido na maternidade Unimed Manaus, ajuda a alimentar os outros bebês que precisam de leite materno doado para crescer forte e saudável como Gael.
“O leite materno é de grande importância para os bebês recém-nascidos que por algum motivo precisaram ir para a incubadora. Digamos que é a primeira imunização do bebê, porque nele tem vários benefícios, tem proteínas, anticorpos, é um alimento completo para o recém-nascido”, orienta a mamãe Anna Paula.
Ela faz questão de acrescentar que amamentar Gael faz bem para ele e um bem enorme para o seu corpo, sua alma e ao seu coração. “É desafiador, mas no final vem a recompensa! Recompensa essa de que meu filho está bem alimentado e imune de várias doenças, além de criar laços com meu bebê”, ensina.
Sobre o ato de doar o excedendo do leite materno para ajudar os outros bebês, Anna Paula é enfática: “doar leite materno é um gesto que salva vidas, sem contar que é um ato de amor e empatia”.