SAUDE

Dados da OMS mostram que a pandemia reverteu anos de progresso no combate à doença

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é celebrado no dia 24 de março. Esta foi a data em que Robert Koch anunciou a descoberta da bactéria causadora da tuberculose, em 1882. A pesquisa permitiu avanços no diagnóstico e na cura da doença. 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentados durante o Webinário: Rumo à implementação do plano nacional de Tuberculose frente aos desafios da Covid-19, a pandemia reverteu anos de progresso no combate à doença no mundo.  A tuberculose ainda é um importante problema de saúde também no Brasil. Foram cerca de 67 mil novos casos em 2020 e o número anual de óbitos pela doença no Brasil tem variado de 4.400 a 4.600 desde 2010. As informações são do Boletim Epidemiológico da Tuberculose publicado pelo Ministério da Saúde em 2021.

A doença é causada por uma bactéria que entra nas vias áreas e se aloja no pulmão ou em outras áreas do corpo, a chamada tuberculose extrapulmonar. Segundo o médico reumatologista João Alho, a doença também é pega pelo ar, assim como a Covid-19, mas existem algumas diferenças. 

“A tuberculose é uma doença que se passa pelo ar com uma coisa que a gente chama de aerossol mas, ao contrário da Covid, que você pode em um simples contato pegar, isso não acontece com a tuberculose. Em geral, são contatos prolongados em lugares fechados com pessoas da nossa casa, do nosso trabalho.”

A coordenadora geral substituta de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Patricia Bartholomay, afirma que a pandemia trouxe retrocessos no combate da doença e o Brasil, mesmo que em números pequenos, está entre os 16 países que mais contribuíram para a queda de notificações da doença. “A pandemia da Covid reverteu anos de progresso do controle da tuberculose. As metas globais não foram alcançadas, embora existam alguns sucessos regionais e nacionais. E o maior impacto que se observa é a queda do número de diagnósticos”.

Segundo Renato Grinbaum, docente do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo, a bactéria transmissora da doença circula mais que se imagina: “Estima-se que 40% das pessoas no Brasil tenham tido contato e tenham infecção latente por essa bactéria.” Mas apenas em uma porcentagem pequena de pessoas poderia  acordar e causar sintomas anos depois. E pessoas assintomáticas não transmitem a doença. 

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