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Dia Internacional da Enfermagem: profissionais contam como tiveram vida transformada pela carreira

SES-AM homenageia profissionais com trajetórias de comprometimento e dedicação

Após uma crise sanitária que revelou o protagonismo até então silencioso da enfermagem, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) homenageia os profissionais da área com trajetórias de comprometimento e dedicação, mostrando que a enfermagem, para além do cuidado, é formada por profissionais humanos, que lutam para garantir a qualidade da assistência à saúde da população. Este dia 12 de maio é marcado pelo Dia Internacional da Enfermagem.

“A enfermagem mudou muito a minha vida”. Essa é a frase de Maria José Pereira, de 57 anos, técnica de enfermagem da Maternidade Balbina Mestrinho. Mazé, como é reconhecida pelos colegas, trabalha na maternidade há 35 anos, 22 dos quais atuando como auxiliar de serviços gerais. Foi convivendo com a rotina da maternidade que ela se apaixonou pela enfermagem e foi em busca do sonho.

“Eu entrei na unidade contratada como serviços gerais, depois fui gostando da área, fui olhando, vendo parto e essas coisas, aí me interessei para fazer o curso de técnico. Logo após fiz o concurso, passei e fui chamada em 2008. De lá para cá, atuo como técnica de enfermagem”, conta.

Para chegar no sonho, a técnica precisou percorrer um longo caminho, e algumas vezes foi desacreditada.

“Quando comecei a trabalhar no Estado eu só assinava o meu nome, eu não sabia ler, não sabia escrever, e assim eu fui passando por todo aquele processo de fazer o 1º grau, o 2º grau, e quando eu comecei a fazer o curso técnico as minhas próprias colegas não acreditaram em mim. Tanto é que quando eu fui fazer o concurso muitas pessoas falavam para mim, ‘Ah, tu não vai passar, porque tu só começou agora’. Eu não tinha dinheiro para pagar cursinho. Então, eu pedi licença especial, comecei a pegar os assuntos para estudar em casa. Hoje em dia eu me sinto muito abençoada e agradeço muito a Deus por esse emprego”, relata emocionada.

Amor pela neonatologia – A vontade de ser médica deu lugar ao amor pelo cuidado com o paciente. Assim a enfermeira Elaine Santana, de 46 anos, define a dedicação pela profissão. Ainda com 24 anos ela teve o primeiro contato com a neonatologia, quando foi trabalhar na UTI Neonatal da Maternidade Balbina Mestrinho.

“Foi a minha primeira experiência, então eu tive que começar me dedicar, a me aperfeiçoar, para aprender a trabalhar. Eu comecei a trabalhar na neonatologia, trabalhei com bebês, e durante toda essa minha trajetória aqui na Balbina sempre fui trabalhando nos setores onde tinha recém-nascido, graves e estáveis”, conta.

Elaine conta que, durante a graduação, o apoio dos professores, muitos também enfermeiros, foi fundamental para que ela se firmasse na profissão.

“Quando eu comecei a fazer a graduação eu percebi que o curso que eu queria realmente era o do cuidado direto ao paciente, queria ser enfermeira. E eu tive um apoio muito grande dos professores, que foram grandes incentivadores para mim, o que foi primordial para decidir na profissão. A profissão que eu gosto muito, por que eu sou apaixonada até hoje”.

A enfermeira hoje também é professora universitária e ajuda a formar novos profissionais na área. O apoio recebido na graduação é repassado aos alunos.

“Eu senti essa vontade muito grande da docência durante a minha vida profissional, essa vontade de ensinar, de levar outras pessoas a conhecer também a nossa área, ao cuidado e fui me apaixonando por essa parte do ensino. Hoje sou professora de saúde da criança, e tudo que eu aprendi aqui na Balbina, na minha vida profissional, me ajuda muito passar para os meus alunos, o meu conhecimento”, garante.

Histórias marcantes – Durante tantos anos na profissão, as duas profissionais colecionam histórias felizes e outras histórias tristes que presenciaram dentro da maternidade. Mazé, já como técnica de enfermagem, pôde acompanhar o parto de dois netos, momento que lhe traz grande emoção relembrar.

“Eu presenciei dois partos, o nascimento dos meus dois netos, eu já estava aqui (na maternidade). A minha neta, inclusive, colocaram no meu colo e eu comecei a chorar, disseram “Tá aí, pegue sua neta no colo”, e eu peguei no meu colo e eu não parei mais de chorar”, relata.

Elaine lembra que nem sempre consegue ser forte com as dores das famílias e precisa se esconder para não chorar na frente dos colegas.

“Um momento marcante na minha vida foi quando morreram os gemelares prematuros de um militar, um homem que era muito forte, ele se ajoelhava, abraçava a incubadora chorando, e eu ficava, ‘Meu Deus esse homem tão grande assim chorando’. Eu corria para o banheiro, me trancava, para que as pessoas não me vissem chorando, porque a gente precisa saber dividir o profissional, os nossos sentimentos da nossa realidade. Mas nós somos seres humanos, às vezes é difícil”, revela.

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