PC-AM esclarece sobre turismo sexual infantil e ressalta importância dos cuidados com crianças e adolescentes durante o Festival de Parintins
Titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) explica que o turismo sexual está inserido em uma das quatro modalidades que o crime de exploração sexual exerce
O Festival Folclórico de Parintins, que acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de junho, naquele município (a 369 quilômetros de Manaus), é um dos mais populares da Região Norte e recebe, em todas as suas edições, diversos apreciadores do evento. Entre eles, estão crianças e adolescentes. Devido à grande movimentação no festejo, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) orienta a população sobre o crime de turismo sexual infantil e como pais e responsáveis devem ter cuidado com olhares e atitudes de desconhecidos, em relação aos seus filhos.
A delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), explica que o turismo sexual está inserido em uma das quatro modalidades que o crime de exploração sexual exerce.
“O crime é praticado quando pessoas ou turistas comparecem a uma determinada região para participar de eventos festivos ou à trabalho, e acabam se interessando por crianças ou adolescentes, para executar o delito. Por isso, eles ofertam algum tipo de convite para os menores, com o intuito de realizar atos sexuais ou libidinosos em troca de presentes, dinheiro ou qualquer outro tipo de pagamento, o que se caracteriza como crime”, explicou a titular.
A titular falou, também, que esse tipo de crime é praticado pelos exploradores que buscam, em sua grande maioria, crianças e adolescentes com a menor faixa etária, abordando as vítimas diretamente ou por intermédio de uma terceira pessoa.
“Em situações como essas, os menores ficam vulneráveis a contatos externos e os indivíduos se aproveitam da carência, ingenuidade, além da vulnerabilidade social e econômica das vítimas. Eles oferecem presentes, acessos à lugares e eventos que chamem atenção dos menores, gerando assim um encantamento, para explorá-los sexualmente”, ressaltou Joyce.
Ainda de acordo com a autoridade policial, o agenciador, responsável pela intermediação do explorador e a vítima, muita das vezes é alguém do âmbito familiar, quando o próprio parente se utiliza da relação com a vítima para obter pagamento pela troca dos atos ilícitos contra os menores.
Joyce acrescenta que o agenciador pode ser, também, uma terceira pessoa que observa e escolhe o melhor momento para realizar a abordagem e, assim, lucrar em possíveis intermédios que possam vir a acontecer.
“O Festival de Parintins, por receber um grande público de várias partes do país e do mundo, é um ambiente propício para a tal prática criminosa. É claro que, em sua maioria, as pessoas que comparecem ao espetáculo vão para brincar e participar, mas, infelizmente, têm aqueles que vão mal-intencionados, para executar o crime”, explicou Joyce.
Orientação
A titular ressalta que é muito importante que pais e responsáveis, antes do festival, orientem seus filhos sobre abordagens suspeitas de indivíduos desconhecidos. Além disso, é preciso estar atento às movimentações que venham a ameaçar a integridade das crianças e adolescentes.
Denúncia
“Caso ocorra alguma atitude ou abordagem suspeita entre um adulto e um menor, que possa ser identificado como turismo sexual infantil, os pais e responsáveis devem comparecer à unidade policial do município para denunciar, bem como, formalizar a ocorrência pelo Disque 100, Disque Direitos Humanos, ou ao 181, disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM)”, enfatizou a autoridade policial.
A delegada falou, ainda, que terceiros, caso tenham observado tal prática, podem registrar a ocorrência pelos mesmos canais de denúncia.
“O mais importante é garantir a proteção e a segurança das crianças e adolescentes. Um crime desse gênero não deve ser invisibilizado. A sociedade deve se inserir no contexto de proteção e se sentir responsável pelos menores, afinal, é o futuro de todos nós”, disse.