Prefeito anuncia fechamento da praia da Ponta Negra para o banho e auxílio a 6.800 ribeirinhos
O prefeito de Manaus, David Almeida, ao lado do vice-prefeito e chefe da Casa Civil, Marcos Rotta, anunciou, na manhã desta segunda-feira, 2/10, a interdição por 90 dias da praia do complexo turístico Ponta Negra, para o banho, em razão da vazante que atinge o Estado, em 2023. O chefe do Executivo municipal também anunciou outras iniciativas como doação de cestas básicas e água potável para mais de 6,8 mil moradores de comunidades ribeirinhas que sofrem os efeitos da seca severa.
David Almeida informou que a interdição da praia da Ponta Negra para banho foi decidida após a rio Negro atingir a cota de 15,29 metros, abaixo da altura mínima considerada segura de 16 metros, conforme o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com órgãos municipais e estaduais signatários do compromisso, incluindo Corpo de Bombeiros do Amazonas (CB-AM) e Polícia Militar.
“Com a cota da água até 16 metros, nós temos uma delimitação de até 30 metros de segurança para o banho. Abaixo disso, essa cota diminui e o nível fica em 15 metros de segurança. Como podemos ver neste momento, com esses 15 metros, cria uma areia movediça e existem buracos, em função do aterramento, e ser de uma praia artificial. Tudo isso, foi constatado pelo Corpo de Bombeiros e a recomendação é que a praia está inapropriada para o banho. Atendendo essas recomendações, eu assino um decreto que será publicado ainda hoje não permitindo o uso da praia para banhistas por 90 dias”, explicou Almeida.
Durante a interdição, o banho no rio fica proibido, e placas de orientação da interdição estão sendo instaladas para ampla informação aos frequentadores do espaço.
Outra decisão anunciada pelo prefeito David Almeida é o fornecimento de água potável, em parceria com a concessionária Águas de Manaus, para comunidades ribeirinhas. Além disso, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semasc), a gestão municipal também irá realizar a distribuição de cestas básicas, beneficiando aproximadamente 6,8 mil pessoas.
“Estamos falando de 6,5 mil a 6,8 mil pessoas. Esse trabalho não se dá somente hoje. Esse alimento vai acabar. Acredito que, provavelmente, a gente vai fazer de 15 em 15 dias ou de 30 em 30 dias, dependendo das condições dessa estiagem, dessa seca severa. Além disso, vamos iniciar a perfuração dos poços nas comunidades, para que essa população tenha água potável à disposição”, enfatizou o prefeito.
Para realizar essa distribuição, a Prefeitura de Manaus utilizará as lanchas das Secretaria Municipal de Educação (Semed) e de Saúde (Semsa), além de balsas pequenas que ainda conseguem navegar pelos rios da região.
Distribuição
A distribuição já inicia nesta segunda-feira, como parte da força-tarefa envolvendo a concessionária e a prefeitura. Além de mais de 95 mil litros de água, a Águas de Manaus ainda fornecerá apoio técnico para fazer o abastecimento de água nos locais, com caminhões-pipa, transporte de galões e a presença de equipe para fazer controle de qualidade do líquido. A empresa também doará cestas básicas para as famílias.
El Niño
Com a atuação do fenômeno EL Niño, que ocorre no oceano Pacífico Equatorial e traz para a Amazônia consequências no processo de vazante devido ao prolongamento e intensidade da seca, o nível do rio Negro, em Manaus, teve uma descida muito acelerada, com redução de mais de 7 metros de coluna d’agua em apenas 20 dias de setembro.
Os corpos permanentes de segurança, incluindo da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), com a Guarda Municipal, ciclopatrulha, a Polícia Militar e bombeiros atuam no monitoramento da praia e na segurança dos banhistas, bem como na segurança e manutenção do patrimônio de todo o complexo. Equipes da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) reforçam os serviços de limpeza e higiene do calçadão e da praia perene.
Na última interdição por conta da seca dos rios, ocorrida em 2015, a praia foi interditada por medida de segurança quando o rio Negro ficou abaixo da cota de 16 metros, após análise, laudo e relatórios de órgãos responsáveis, comprovando que a mesma não se encontrava própria para banho, naquela época.