Estudo aponta dados sobre setor imobiliário brasileiro
Segundo os dados apresentados no Relatório de Indicadores Imobiliários Nacionais do quarto trimestre de 2023, elaborado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com a colaboração da Brain Inteligência Estratégica. Comparando-se o acumulado de lançamentos no setor imobiliário brasileiro de 2023 com o ano anterior, houve uma queda de 11,5%. Este resultado reflete um período de retração no mercado, influenciado por diversos fatores econômicos e sociais, de acordo com o estudo.
Conforme informado na publicação, o quarto trimestre de 2023 registrou 85.470 unidades lançadas, o que representa um aumento de 20,7% em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. No entanto, em uma comparação anual, houve uma redução de 10,9% em relação ao quarto trimestre de 2022. Esta variação reflete a volatilidade do mercado e a cautela dos investidores frente ao cenário econômico incerto.
O relatório aponta dados regionais que mostram discrepâncias entre as diferentes áreas do país. No Norte, por exemplo, houve uma queda de 35,5% nos lançamentos no quarto trimestre de 2023 comparado ao mesmo período de 2022. Já o Sudeste, a maior região em termos de lançamentos, registrou uma leve redução de 0,3% na mesma comparação. Por outro lado, o Nordeste apresentou um crescimento significativo de 29% no mesmo período, indicando uma recuperação pontual no mercado local.
Em relação às vendas, o cenário apresentou ligeiras variações. O quarto trimestre de 2023 contabilizou 82.231 unidades vendidas, uma diminuição de 3,2% em comparação ao terceiro trimestre do mesmo ano, mas um aumento de 1,7% em relação ao quarto trimestre de 2022. O total acumulado de vendas em 2023 foi de 322.851 unidades, uma leve queda de 1,4% em relação ao acumulado de 2022, o que demonstra um mercado relativamente estável, apesar das flutuações trimestrais.
José Antônio Valente, diretor da empresa locadora de equipamentos Trans Obra, afirmou que a expectativa é que o mercado imobiliário brasileiro passe por uma recuperação gradual, sustentada por políticas econômicas que promovam a estabilidade e o crescimento. A inovação tecnológica na construção civil, a adoção de práticas sustentáveis e a digitalização do mercado são tendências que podem fortalecer o setor e atrair novos investimentos. Além disso, o papel das políticas públicas de habitação será crucial para estimular o mercado, especialmente em regiões com maior necessidade de desenvolvimento imobiliário. “Com uma abordagem estratégica e adaptativa, o setor imobiliário brasileiro tem o potencial de se recuperar e prosperar nos próximos anos, contribuindo significativamente para a economia do país”.
A oferta final de imóveis também seguiu a tendência de estabilidade com pequenas variações. Conforme os dados, houve um aumento de apenas 0,1% no quarto trimestre de 2023 em comparação ao terceiro trimestre, enquanto na comparação anual houve uma redução de 11%.
Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que o mercado imobiliário brasileiro, portanto, encerra 2023 com um balanço de retração nos lançamentos, estabilidade nas vendas e uma ligeira queda na oferta de imóveis, refletindo um ano de ajustes e desafios. “A construção civil pode ser impactada positivamente com a recuperação do setor imobiliário, movimentando toda indústria da construção. A expectativa é que o setor de locação de máquinas e equipamentos se mantenha aquecido e cresça mais. Na nossa unidade de locação de equipamentos em Praia Grande SP, planejamos e projetamos cada passo de acordo com estudos e publicações sobre o setor”.