Sérgio Freire lança 4.ª edição da obra ‘Amazonês’, na Galeria do Icbeu nesta quinta
A editora Valer e o professor Sérgio Freire lançam nesta quinta-feira, dia 11 de julho, 4.º edição do livro Amazonês – termos e expressões usadas no Amazonas. O evento é aberto ao público e convidados, a partir das 18h30, na galeria de artes do Icbeu, localizada na avenida Joaquim Nabuco, 1286, Centro. O reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Sylvio Puga fará a apresentação da obra.
Resultado de uma pesquisa rigorosa no campo da linguagem, a obra de Sérgio Freire, de forma meticulosa, registra a fala característica dos habitantes do Amazonas. Capta, por meio de vocábulos e enunciados, a malícia, o colorido e a perspicácia dos falantes da língua portuguesa na Amazônia – fato linguístico que resultou da interação dos falantes originários do português com as falas indígenas e de outras procedências.
De acordo com a professora doutora em Filosofia, coordenadora editorial da Valer (Para aquém ou para além de nós/Valer), Neiza Teixeira, reeditar esta obra de ‘termos e expressões’ registradas no Amazonas é um reencontro com o falar originário e com quem somos. De certa forma resgata uma identidade linguística e espelha-se a alma, a cosmovisão do caboclo amazonense.
“A expressão máxima de um povo se manifesta por meio da língua. Sérgio Freire traz para o público uma obra que engrandece um povo ao mostrar que a língua que ele fala no seu dia a dia é fundamental, porque é a forma como ele se inscreve no mundo. Não se trata de retirar um riso ou de causar algum repúdio, trata-se de expressões do cotidiano, de identidade e de pertencimento”, disse Neiza.
Para o escritor Tenório Telles (Prelúdio coral/Valer), que escreveu a orelha desta nova edição, o professor Sérgio Freire, instrumentalizado pelos seus conhecimentos linguísticos, presta com esta obra uma importante contribuição do ponto de vista da afirmação dos estudos sociolinguísticos no Amazonas, ao mesmo tempo em que ajuda a fixar e preservar esse modo de falar e ser das populações que habitam as muitas margens dos rios e beiradões de nossa terra.
“Este é um livro necessário, pois é revelador de uma das mais significativas maneiras de o homem se apresentar e ser no mundo. E a linguagem que permite ver e dizer o que está dentro e fora de si. Com este livro divertido e curioso, Sérgio Freire presenteia o povo amazonense, que, de forma humorada, ironiza seu próprio modus vivendi, e revela, para os procedentes de outras regiões, a face sorridente e vigorosa dos caboclos da Amazônia”, ressaltou Tenório.
Sobre o autor
Sérgio Freire é graduado em Letras – Língua Inglesa (1990) e em Psicologia (2019) pela Universidade Federal do Amazonas – Ufam; concluiu o Mestrado em Letras pela mesma instituição (1998) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (2005).
É professor Associado da Ufam, onde exerceu os cargos de chefe de departamento, vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL e vice-coordenador do PPGL – Mestrado em Letras – Ufam.
Foi subsecretário de Educação na Secretaria Municipal de Educação de Manaus – Semede, de 2005 a 2007, quando coordenou a implantação do Centro Municipal de Educação Especial e o Processo Seletivo para Escolhas de Diretores – Prosed.
Publicou artigos em periódicos especializados e sete livros: Conhecendo análise de discurso, New Citizen, Amazonês: termos e expressões usadas no Ama-zonas, Redação: fundamentos e práxis, Microcontos, Análise de discurso: procedimentos metodológicos e Flores no asfalto quente: escritos. Freire participou de vários eventos no Brasil, dentre os quais se destacam o I Festival Internacional da Floresta – Flifloresta Manaus e as 8.ª e 9.ª edições da Feira Nacional de Livros de Ribeirão Preto, em Ribeirão Preto – SP. Atua na área de linguística, com ênfase em ensino de línguas e análise de discurso. É líder do Grupo de Pesquisas, Discurso e Práticas Sociais e membro do Laboratório de Psicanálise Clínica e Criação – LAPCRI, vinculado à Universidade Federal do Amazonas – Ufam.
Suas áreas de atuação científica são o ensino de línguas, linguística, educação, novas tecnologias, redes sociais digitais, análise de discurso e psicanálise.
Atualmente é diretor da Editora da Universidade Federal do Amazonas – Edua.
Sobre a Valer
Com mais de 30 anos de atuação, a Editora Valer é referência na publicação de obras que valorizam a cultura e a história da Amazônia. Possui um catálogo com mais de 2 mil títulos, abrangendo desde a poesia até pesquisas científicas. Ressaltando tanto autores contemporâneos, como Marilene Corrêa, Renan Freitas Pinto, Violeta Loureiro, Márcio Souza, Paes Loureiro, Edna Castro, Astride Cabral, quanto obras clássicas, como “Simá (2011, Editora Valer), de Lourenço Amazonas, e “Poranduba amazonense” (2018, Editora Valer), de Barbosa Rodrigues.
Ainda em 2024, a editora Valer voltará a ter sua loja física, após quase 10 anos fechada, só que agora no Largo São Sebastião, no Centro Histórico de Manaus.