Obesidade: perder peso melhora condições associadas à doença
A pesquisa Contemporary medical, device, and surgical therapies for obesity in adults (Terapias médicas, de dispositivos e cirúrgicas contemporâneas para obesidade em adultos, em português) explica que controlar a obesidade, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde, significa melhorar a saúde.
Mas é preciso perder mais de 10% do peso corporal para atenuar as complicações associadas, como diabetes tipo 2 (que pode levar a amputações, cegueira e morte por problemas cardiovasculares), a hipertensão (capaz de provocar transtornos cardiovasculares) e a apneia obstrutiva do sono.
De acordo com o estudo, são necessárias intervenções no estilo de vida, uma vez que a origem da obesidade é multifatorial e, como tal, precisa de uma abordagem multidisciplinar em longo prazo para seu controle.
“Além de hemograma e exames da rotina médica, é imprescindível o check-up de minerais e de vitaminas. Outra forma de avaliação indicada neste processo de emagrecimento é a utilização da bioimpedância, tecnologia que analisa a relação entre massa muscular, gordura e água, atuando como forma de acompanhar a evolução do tratamento”, argumenta Lucas Luquetti, nutrólogo da Nova Anália Estética Avançada. Médico com especialização em clínica médica no Hospital Heliópolis (SP). Especialista em Nutrologia e Longevidade pelo Hospital Albert Einstein (SP).
Além da alimentação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática regular de exercícios, que é um dos principais componentes na prevenção do aumento da carga global de doenças crônicas e é o único fator, até hoje, comprovado cientificamente, que contribui para um envelhecimento saudável.
“A atividade física vai além dos benefícios estéticos, proporcionando saúde física, mental e bem-estar social. Adultos devem fazer, pelo menos, 50 minutos diários, se possível, com intensidade moderada, entre 60% a 70% da frequência cardíaca máxima, variando os tipos de exercícios”, explica Bruna Santana, personal trainer da Nova Anália Estética Avançada, graduada em Educação Física e Faixa Preta 2º Dan de Taekwondo.
Para a especialista, o ideal é desenvolver um programa multidisciplinar. “Buscar integrar esforços físicos e tecnológicos, como a eletroestimulação muscular, que trabalha de forma intensa e precisa todos os grupos musculares ao mesmo tempo, sem carga excessiva, tratando o indivíduo obeso. Um treino de 20 minutos por semana equivale a uma sessão de uma hora de atividade convencional. Detalhe: ele pode e deve ser combinado exatamente com aqueles exercícios tradicionais”, comenta Bruna Santana.
O outro ponto da pesquisa são os medicamentos antiobesidade. “Eles auxiliam no controle da fome, principalmente para quem está em um grau três de obesidade, em que já existem doenças graves associadas, e precisa diminuir alguns quilos de forma rápida, mas sempre com segurança”, pondera Lucas Luquetti.
Com relação a apneia obstrutiva (AOS), considerada pelo estudo uma das complicações associadas, como ela desacelera consideravelmente o metabolismo, por causa da dessaturação do oxigênio, pequenos despertares ocorrem durante o sono, aumentando as chances de morte prematura – quando não tratada. “O tecido gorduroso pode acumular na região de pescoço e da garganta, diminuindo a área do fluxo de passagem de ar, causando ruídos, como o ronco, e pausas respiratórias, a apneia. Por isso é tão importante diagnosticar essa condição, por meio de exames, como a polissonografia, e trabalhar a obesidade, para que a pessoa melhore o tempo de sono e a qualidade de vida”, revela Marcos Gesuele, cirurgião-dentista da clínica Nova Anália Estética Avançada, com expertise em tratamento de distúrbios do sono.
Diversos fatores podem influenciar na perda de gordura. “Se mesmo fazendo dieta, atividade física e utilizando de protocolos medicamentosos, a pessoa não conseguir emagrecer, precisa entender como está a parte hormonal, se está estressada, e avaliar outros hábitos. Cada pessoa é única e não devemos olhar apenas a alimentação e/ou exercícios. Emagrecer vai além, não é de um dia para o outro e necessita de um olhar multidisciplinar, com acompanhamento de nutrólogo, educador físico, psiquiatra, psicólogo, otorrino e até cirurgião bariátrico”, sentencia Lucas Luquetti.