Índice de Preços ao Consumidor da FGV tem maior queda da história em agosto
Medido pela FGV, indicador é semelhante ao IPCA, e juntou em agosto efeitos de queda dos preços dos combustíveis, de energia elétrica e boas safras de alimentos
O Índice de Preços ao Consumidor 10 (IPC-10) teve em agosto a maior queda da série histórica iniciada em 1993, de 1,56%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). A segunda maior queda do indicador foi de 0,59%, em julho de 1998.
Semelhante ao IPCA, que mede a inflação oficial medida pelo IBGE, o IPC compõe o IGP-10 –que mede a variação dos preços de produtos e serviços a partir do 11º do mês anterior até o 10º dia do mês atual– , e foi o maior responsável pela queda de 0,69% que o indicador teve em agosto.
Os números do IPC ainda repercutem a redução do ICMS para energia elétrica e gasolina.
“(O indicador) pegou basicamente todo mês de julho, que começou com a queda forte do ICMS, e os primeiros 10 dias de agosto, que já teve três quedas seguidas nas refinarias (duas reduções no diesel e uma na gasolina). O etanol seguiu a mesma dinâmica”, diz Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Ibre.
O economista se refere tanto ao novo piso aprovado pelo Congresso para o imposto estadual, quanto aos três anúncios de redução de preços que a Petrobras fez em menos de um mês: dois para o diesel e o mais recente para a gasolina.
A gasolina teve uma das principais contribuições para o movimento dos preços em agosto, indo de um recuo de 1,49% em julho para queda de 16,88%.
“As quedas dos combustíveis ainda não foram vistas por completo nas bombas, e ainda devem continuar impactando o preço da gasolina no curto prazo, ao longo de agosto, com nova deflação de gasolina para o mês agosto, e na esteira, o etanol”, diz.
Peçanha fala ainda da expectativa sobre a contribuição dos alimentos para a desaceleração geral dos preços. “(Esperamos) recuperação na produção de algumas hortaliças, e na de outros alimentos cuja produção foi perdida no verão”, diz.
Outros destaques entre as baixas ou desacelerações do IGP-10 foram: passagem aérea (de 6,99% para -28,95%), tarifa de eletricidade residencial (de -1,45% para -4 14%), carnes bovinas (de 0,27% para -0,65%) e roupas (de 0,99% para 0,36%).
No geral, cinco das oito classes de despesa do IPC-10 registraram taxas de variação mais baixas: Transportes (de -0,41% em julho para -5 71% em agosto), Educação, Leitura e Recreação (de 1,52% para -5 75%), Habitação (de 0,07% para -0,52%), Alimentação (de 1,48% para 0,99%) e Vestuário (de 0,80% para 0,44%).