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5G: nova tecnologia chega a Rio de Janeiro, Vitória, Palmas e Florianópolis

O sinal da internet móvel de quinta geração foi ativado em mais quatro capitais brasileiras, totalizando 12 cidades. Além de maior navegação ao consumidor comum, o 5G traz avanços a diversos setores, como indústria e comércio

Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Palmas (TO) e Florianópolis (SC) são as novas capitais a contar com o 5G. Claro, TIM e Vivo, as três operadoras responsáveis por entregar a internet móvel de quinta geração, começaram a ativar o sinal nessa segunda-feira (22). A tecnologia pode estimular o crescimento de importantes setores da economia, como indústria, educação, saúde, transporte e segurança, além de gerar impacto no dia a dia do consumidor comum, com uma internet de alta velocidade.

As quatro novas capitais se juntam a Brasília (DF), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB), somando ao todo doze cidades habilitadas com a quinta geração de internet móvel. Até 28 de novembro todas as principais capitais devem ter redes 5G ativadas. A data limite era 29 de setembro, mas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) resolveu adiar a data mais uma vez por conta de problemas no cronograma de limpeza de faixa em algumas cidades.

5G é mais caro?

O novo 5G está chegando às capitais basicamente em duas versões, o 5G puro, denominado Standalone (SA) com a alta velocidade e a baixa latência (tempo de resposta) e o 5G non standalone (NSA), que também possui alta velocidade de navegação, mas sem a mesma latência. A versão NSA, que já é suficiente para fazer diferença ao usuário comum, será acessada pelos clientes das três operadoras gratuitamente. Já o 5G standalone, que atualmente deve ser melhor aproveitado por setores que precisam da baixa latência, como a indústria e o agronegócio, serão cobrados de maneira diferenciada pelas operadoras. A TIM, por exemplo, vai cobrar um booster que custará R$ 20 mensais, mas que somente será cobrado após 12 meses da contratação, que tem franquia de 50GB no pós-pago.

Vale lembrar que a maioria dos serviços hoje de internet foram idealizados para serem usados com o 4G. Assim, o 5G NSA já os atende com uma melhora de qualidade considerável para serviços como o download de um filme, por exemplo. Se antes demorava cerca de 25 minutos para baixar um arquivo de 1GB, com a internet de quinta geração o mesmo processo pode ser feito em segundos, mesmo com a versão non standalone.

Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, explica que a baixa latência é essencial para a indústria 4.0, quando máquinas precisam “conversar” com máquinas em tempo real.

“Com conexões melhores e mais rápidas, o 5G é capaz de conectar máquinas, objeto, coisas e pessoas. Por isso, é chamada a tecnologia do futuro. Essas características vão impactar o Brasil em inúmeros segmentos da indústria, do setor de serviços, do agronegócio e até mesmo as rotinas das pessoas dentro das casas”, explica Salum.

Onde está o 5G?

Rio de Janeiro – Nesta primeira etapa, o sinal do 5G deve chegar às capitais principalmente nas áreas centrais, pois o edital do leilão determinou às operadoras a instalação de uma antena para cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro é uma das exceções. Segundo a exigência da Anatel, o Rio precisava de 252 antenas, divididas pelas três operadoras, mas a agência já recebeu 723 pedidos de licenciamento de antenas 5G na cidade. Apenas a TIM instalou 628 antenas, que vão levar o 5G a 164 bairros, o equivalente a cerca de 80% da população.

Palmas – A nova tecnologia estará presente, neste primeiro momento, em alguns poucos bairros da capital do Tocantins, como Arno, Arse, Arso, Jardim Paulista, Setor Irmã Dulce, Setor Morada do Sol, Santa Fé e Taquaralto. Segundo a Anatel, são apenas 20 antenas de 5G, a maior parte localizada na região central, próximas à Avenida JK e ao Palácio Araguaia. A tecnologia também está presente em algumas quadras do plano diretor sul e na orla, próximo à Praia da Graciosa. A região sul, por exemplo, tem apenas uma infraestrutura instalada.

Vitória – Segundo a Anatel, as operadoras pediram o licenciamento de 29 antenas 5G para a capital do Espírito Santo (a exigência mínima era 15), que atendem cerca de 43 bairros, como Andorinhas, Centro, Consolação, Horto, Jardim da Penha, Pontal de Camburí, Santa Cecília, Mata da Praia, Enseada do Suá e Praia do Canto.

Florianópolis – A exigência na capital de Santa Catarina era de 18 antenas 5G, mas foram instaladas 43, com maior densidade nas áreas centrais. A TIM informou que a tecnologia SA (standalone) estará disponível em 19 bairros de Florianópolis, conectando mais de 29,8% da população: Abraão, Agronômica, Cachoeira do Bom Jesus, Cachoeira do Bom Jesus Leste, Canasvieiras, Canto do Lamim, Capivari, Capoeiras, Centro, Coloninha, Coqueiros, Estreito, Ingleses Sul, Jardim Atlântico, Jurerê Leste, Jurerê Oeste, Monte Cristo, Ponta das Canas e Santinho. A Vivo afirmou que o 5G da operadora estará disponível nos bairros Centro, Canto e Jurerê Internacional. A Claro não informou os bairros onde oferecerá o serviço.

Quando chega a mais pessoas?

Nesta primeira etapa, as operadoras devem instalar uma antena a cada 100 mil habitantes nas capitais, mas muitas delas, por se tratarem de mercados estratégicos, estão recebendo um número bem maior. Ainda assim, a conexão da nova tecnologia entre os grandes centros e as periferias deve oscilar bastante até que surja a demanda. Para isso, serão necessárias novas infraestruturas, como postes, mastros e torres, e nem toda cidade está preparada, já que a legislação é defasada.

Em julho foi sancionada a lei 14.424, que autoriza a instalação de infraestrutura de telecomunicações em áreas urbanas caso a prefeitura não se manifeste em 60 dias, o chamado “silêncio positivo”. O movimento se deu devido à necessidade de mais agilidade no licenciamento de novas antenas para o 5G, já que esses pedidos podem demorar de meses a anos para serem aprovados em cidades com legislação atrasada. E mesmo com a lei federal, a indicação dos especialistas é de que os municípios atualizem suas legislações de antenas, para que não haja embate entre as operadoras e os órgãos competentes.

Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), explica que das quatro últimas capitais que receberam o 5G, duas estão com a legislação em dia, portanto, já podem instalar mais antenas e realizar o adensamento do sinal com facilidade. Uma delas precisa de atualizações e a outra sequer alterou a lei.

“Rio de Janeiro já tem lei aprovada, em Florianópolis já tem lei aprovada também, aliás considero a de Florianópolis uma das leis mais modernas. Palmas não tem. Palmas precisa aprovar uma legislação nova de antenas o quanto antes. Vitória já tem lei, a lei é de 2021, precisa de pequenos ajustes, que estamos discutindo com a prefeitura agora”, destaca Stutz.

Troca da parabólica

As famílias que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal e que utilizam antenas parabólicas convencionais (TVRO) nas capitais onde o 5G já está ativado podem agendar o recebimento gratuito de um kit para o sinal de TV aberta. Os equipamentos de recepção do sinal são mais modernos, com melhor qualidade de som e imagem, e visam garantir que não haja interferência nos canais abertos via satélite com a chegada da tecnologia de telefonia móvel.

As famílias inscritas em programas sociais têm até 90 dias para fazerem o agendamento da instalação do kit gratuito. Para efetuar o agendamento, é preciso ligar para o número 0800 729 2404 ou acessar o site da Siga Antenado.

Já as pessoas que utilizam parabólica para TV aberta, mas não são inscritas em nenhum programa social do governo, precisam fazer a troca do equipamento de forma particular.

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