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Combate ao racismo: empresas precisam agir

Apesar de as pessoas negras representarem a maioria da população brasileira, sua presença em posições de liderança nas empresas ainda é limitada. Um recente estudo revelou que apenas 0,4% dos cargos de diretoria são ocupados por profissionais negros, evidenciando a persistência do racismo estrutural e institucionalizado no mercado de trabalho. 

“Os números são claros: o racismo ainda é uma realidade nas empresas”, afirma Milve Inouye, Gerente de People & Culture no ManpowerGroup Brasil. A disparidade salarial entre negros e brancos com ensino superior também é alarmante, com os primeiros recebendo em média 31% menos. Para as mulheres negras, essa diferença chega a 42%

Uma pesquisa da CNN Brasil reforça a gravidade do problema, indicando que 75% das empresas brasileiras reconhecem o racismo como a principal forma de discriminação em seus ambientes. 

Diante desse cenário, as organizações precisam adotar medidas concretas para promover a diversidade e a equidade racial. Algumas iniciativas podem fazer a diferença, como a criação de comitês de diversidade, o estabelecimento de metas claras para aumentar a representação de pessoas negras em cargos de liderança e a implementação de processos seletivos mais inclusivos

“É preciso ir além das metas e criar um ambiente de trabalho onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas”, destaca Inouye. “Investir na capacitação de lideranças negras e promover diálogos sobre racismo são passos cruciais para construir uma cultura organizacional mais inclusiva.” 

Segundo a gerente, um canal seguro para denúncias também é fundamental. Ao oferecer um espaço onde os colaboradores possam reportar casos de discriminação anonimamente, as empresas demonstram seu compromisso em combater o racismo e construir um ambiente de trabalho mais acolhedor. 

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, serve como um lembrete da importância dessa luta. “As organizações têm um papel fundamental nesse processo, não apenas por uma questão de justiça social, mas porque a diversidade é um fator estratégico para o sucesso organizacional. Empresas diversas são mais inovadoras e capazes de atender às necessidades de um mercado cada vez mais plural”, finaliza Milve Inouye.