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Defensoria Pública e Banco do Brasil iniciam tratativas para realização de parcerias na área de sociobioeconomia

Representantes do banco manifestaram interesse em colaborar com o projeto Cinturão Verde e desenvolver outras parcerias com a instituição

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e o Banco do Brasil (BB) deram início às tratativas para realização de futuras parcerias nas áreas de sociobioeconomia e sustentabilidade. Representantes do banco reuniram, nesta segunda-feira (29/09), com o Defensor Público Geral, Rafael Barbosa, e com o defensor Carlos Almeida Filho, titular da Defensoria Especializada em Interesses Coletivos, na sede administrativa da instituição, em Manaus.

“Recebemos com muita satisfação a presença dos representantes do Banco do Brasil e o interesse em colaborar com iniciativas que terão impacto social e ambiental muito importante. A população do Amazonas tem muito a ganhar com essas parcerias”, destacou Rafael Barbosa.  

A pauta que motivou a reunião foi o Cinturão Verde. O interesse do banco em participar do projeto foi manifestado ainda no início do mês, após a realização de uma audiência pública sobre o tema.

“Durante a reunião, os representantes do banco deixaram muito claro que têm uma preocupação com o desenvolvimento de projetos voltados para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento na Amazônia, que é justamente o que o projeto Cinturão Verde está fazendo”, destacou o defensor Carlos Almeida Filho, que é coordenador do Cinturão Verde.

“Os representantes do banco mostraram interesse em conhecer o projeto na íntegra e debater com a direção da instituição a respeito de qual é o tipo de aporte para o investimento no projeto”, observou.

O gerente-geral de Governo do Banco do Brasil no Amazonas, Gilberto Figueiredo, contou que acompanhou a audiência pública do Cinturão Verde realizada no dia 2 de setembro.  

“Naquela ocasião, pudemos observar que aquilo que a Defensoria está construindo no âmbito do projeto tem muita aderência a todo o trabalho que fazemos dentro do Hub de Bioeconomia do Banco do Brasil”, disse.  

“Então, aproveitamos aquela oportunidade e provocamos o defensor Carlos Almeida para que tivéssemos uma segunda conversa, para que pudéssemos conhecer um pouco mais detalhadamente sobre o cinturão e apresentar detalhadamente todas as frentes de atuação que temos”, acrescentou.

“Nós temos um Hub de Bioeconomia e vamos verificar de que forma as duas equipes da Defensoria Pública e do Banco do Brasil podem se associar para que se ajudem mutuamente dentro daquilo que são objetivos comuns”, concluiu Figueiredo.

A analista do Hub de bioeconomia do Banco do Brasil, Sheila Litaiff, apresentou o trabalho do novo setor da instituição bancária e algumas das possibilidades de parcerias com a Defensoria Pública no Amazonas.

“Temos muito a contribuir nessa parte do fomento dos agricultores familiares e toda essa cadeia produtiva com os fornecedores, conectando o produtor a um fornecedor, uma prefeitura, ou que algum cliente nosso que possa comprar essa produção e somar com o Cinturão Verde”, disse.

Primeiro passo

Esse contato inicial entre as instituições abrirá uma série de novas tratativas para alinhar e oficializar as parcerias. Várias possibilidades de cooperação foram discutidas.

“Eles querem estar com a Defensoria, querem investir no desenvolvimento da região. Já existem linhas dentro do banco, como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cuja implementação com melhor escoamento do investimento precisa do suporte da Defensoria Pública para chegar a quem realmente precisa e que muitas vezes não tem condicionantes para receber o crédito, como os documentos da terra em que produzem”, ressalta Carlos Almeida.  

Sobre o Cinturão Verde

O “Cinturão Verde” é uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Amazonas que busca consolidar uma política pública estruturante para a zona rural de Manaus. O projeto foi concebido como resposta à ausência de continuidade administrativa em programas de preservação e desenvolvimento, propondo um modelo que una proteção ambiental, segurança alimentar e geração de renda em comunidades amazônicas.

A proposta se organiza em três eixos principais:

Identificação de áreas estratégicas – mapeamento das áreas estratégicas, com diagnóstico socioambiental das regiões rurais que apresentam potencial de conservação e produção sustentável;

Apoio às comunidades locais – fortalecimento das comunidades locais, com incentivo à agricultura familiar, à economia solidária e ao cultivo de alimentos saudáveis em pequena escala, reduzindo a dependência de cadeias externas de abastecimento;

Proteção socioambiental – proteção socioambiental, buscando evitar pressões de desmatamento, prevenir conflitos fundiários e promover condições dignas de vida para as famílias.

Além da preservação ambiental, o “Cinturão Verde” também pretende atuar como um mecanismo de justiça social, garantindo alternativas econômicas e maior autonomia para comunidades que historicamente sofrem com a falta de políticas públicas. A meta da Defensoria é que o projeto esteja consolidado até 2026 como referência estadual em sustentabilidade e inclusão social, servindo de modelo para outras regiões da Amazônia.

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