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Projeto da Defensoria Pública do Amazonas “Órfãos do Feminicídio”, vence o prêmio Innovare

Idealizado pela defensora pública Carol Braz, do Nudem da DPE-AM, projeto presta assistência jurídica e psicossocial a crianças e adolescentes que perderam suas mães para o feminicídio

Além de ser o único projeto da região Norte do país, “Órfãos do Feminicídio”, idealizado pela defensora pública do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) foi o grande vencedor do prêmio Innovare, na categoria Defensoria Pública. A iniciativa tem o objetivo de prestar assistência jurídica e psicossocial a crianças e adolescentes que perderam suas mães para o feminicídio.

“Tive a ideia de criar o projeto em 2018, quando junto com a assistente social Liliane Barroso o colocamos no papel e depois prosseguimos com a Defensora Pollyana Vieira e a assistente social Marcia Moraes. Assim surgiu um projeto ousado e sensível, de reconhecimento nacional e que obteve o feito histórico de sucesso no Amazonas”, conta a defensoria Carol Braz, lembrando que a premiação ocorre no momento cheio de simbolismo, por conta do momento sensível provocado pela pandemia e também porque este ano, o prêmio Innovare completa de 18, data exata da maioridade prêmio Innovare.

Em 2004, o Instituto Innovare criou o prêmio que leva seu nome como um reconhecimento de práticas transformadoras nas categorias Tribunal, Juiz, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia e Justiça e Cidadania, no sistema judicial brasileiro.

“Órfãos do Feminicídio” concorreu com mais de 600 projetos, das regiões Sul e Sudeste, e expôs a urgente necessidade de promover a visibilidade de vítimas secundárias do feminicídio, um dos crimes mais abomináveis, que existe.

“O sonho saiu do papel e realizamos o levantamento de 32 casos consumados e 52 tentados, e assim identificamos e mapeamos cada um dos “invisíveis”. O atendimento jurídico e os acompanhamentos social e psicológico foram a certeza de que o tempo não espera e a ação precisa ser posta em prática”, afirma Carol Braz.

Segundo a defensora, a pretensão jamais foi chegar à final, muito menos vencer, a o maior desejo delas e das demais profissionais envolvidas no projeto, foi mostrar para os outros estados que no Amazonas estava sendo feito um trabalho que seguia o fluxo contrário ao que comumente é realizado no país.

“A partir de hoje, efetivamente, nosso sonho passa a existir na sociedade e ser elemento de motivação para a elaboração de um protocolo de encaminhamento imediato dessas famílias ao acompanhamento multidisciplinar da Defensoria pública. Agora, com o prêmio, os órfãos do feminicídio podem acreditar em sair da atual e desumana invisibilidade, tornando-se na prática, sujeitos de direitos e visíveis aos cuidados da sociedade”, comemora a defensora.

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